terça-feira, 18 de setembro de 2007

, lita e as ruas

, coisa chata!

lita estava cansada daquelas mesmas chateações cotidianas:
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escola, visitas dominicais aos avós, aula de piano com aquela professora franzina, tevê só depois das tarefas feitas, roupas sempre engomadinhas(cheirando à amaciante rosa), dentista a cada 3 meses(que medo daquela broca!), meras chatices.

- cotidiano infantil é mesmice, nando! como a cara das bonecas, todas iguais e feias.
aos sete anos, sete! bem me bastava ser filha de um casal de artistas, daqueles que não tem casa, nem rumo. que viajam hoje, e chegam sei lá quando num sei onde, com os filhos encangados, sem medo do vento ao rosto.

- já pensou, nando? nada de tarefas de casa, nada de estantes com bonecas, só os jasmins pelo caminho. sem laços, sem visitas patéticas aos domingos, sem tédio! o que se pudesse tocar, cheirar, tudo livre, escapando às mãos...
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- lita, vê se não desarruma o cabelo, já estamos quase saindo, hein? (sua mãe a trata como nos seus cinco anos).

.vidinha besta essa, de adulto, sempre tão formais, como que obrigados a..

, ao menos lita degustava as ruas nesses passeios, e pessoas: conversando, tropeçando, rindo.

e aquela moça chorando ao canto da parede da livraria do seu manuel? a mãe não gostava que a menina visse alguém chorando, poderia entristecê-la, afinal.

mas entristecer um coração agora tão cheio de vida, seria aprendizado, como tudo que lita absorvia de gente, gente a enchia de uma-vontade-de-dançar.

...só de olhar para estranhos, a fascinava. aquela confusão de gestos e faces, queria passar à frente do sol, queria abraçá-los, todos (inclusive aquele senhor meio rabujento que a olha com cara emburrada, enquanto lita, o sorri).

, é preciso uma candura quase demente pra sorrir daquela maneira, e como ela gosta de gostar de gente!

passeio terminado, volta à casa e verdade, casa quadrada e séria.
...
(lita vai dormir gostando).

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

vem,

é tão bom relembrar, acalenta.
pessoas, coisas, dias verdes.
remotas, grandes, castas.
- o que abraçamos com lágrimas.