segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ai, meus carnavais.

até quando as lembranças mal vindas nos cercam?
há que se considerar sempre as páginas verdes e abstrair-se o desbotado?
sinceramente?
prefiro um grito sem propósito, ou melhor, com toda a obviedade possível.
de qualquer forma, o mundo não pára quando estamos tristes.
o tio do cachorro quente continua cozinhando salsichas,
o funcionário dos correios entrega as correspondências repletas de saudade e as contas a pagar, enquanto as meninas cochicham no pátio do colégio.
tanto faz, nada pára.
fingir não estar triste é mesquinho. sei lá, dá a ideia de que eu não posso ser fraca.
mas num começo de sábado como esse, ah, eu estou fraca.
gritar e escrever, talvez. ou nem isso. andar de bicicleta sozinha, numa ilha noutro lado do país.
depois querer uma cerveja, todos os seus amigos, doze carnavais.
a sucessão dos dias, meu caro, dela ninguém escapa.

- ah, se a gente pudesse brincar com a saudade como se brinca de carnaval.

16.01.10
01:33hrs

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